Cleiton Borges (ex-Musical JM) é atração em centro de tradições gaúchas. Cleiton Borges
Giovani Grizotti
A ti, que é gaúcho raiz, tradicionalista que veste bombacha larga, bota e espora... Respira… Respirou? Agora, deixa eu terminar de escrever. Depois, me condena, se for o caso.
O fato é que, neste sábado (26), fui a um CTG de Porto Alegre (Pousada da Figueira) onde tinha um artista de bandinha como atração, o Cleiton Borges, ex-Musical JM. Vejam bem, público gauchesco, muitos pilchados, que foram curtir os excelentes Thomas Machado e Daniel Hack com Os Gaúchos da Lá de Fora. E aproveitaram para se divertir ao ritmo do bailão.
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Como será essa experiência? Por óbvio, devidamente pilchado, embarguei nela e fomos para o salão. No palco, "Perigosa e Linda". Como dançar? Quantos passos para lá, quantos para cá? É só repetir o ritmo da vanera, que funciona perfeitamente para as canções menos aceleradas. Depois, veio "Bar da esquina"… Como não cantar junto?
Já para os hits mais embalados, como "Pegando ônibus", serve o "um para lá, um para cá". Dá até pra arriscar uma mistura entre chamamé e marchinha. No salão, cruzamos por um senhor, de uns 80 anos, que cantava, em voz alta, "Amor Mafioso". Imagina, "Amor Mafioso" em pleno CTG. Um pecado? Que nada. Uma grande parcela do público gauchesco se conecta com o bailão.
É bom para oxigenar, trazer novos públicos para o galpão. A bandinha no CTG é divertida, só não pode virar regra. É exceção, talvez um pouco mais do que isso. Umas duas vezes por ano? Show. De vez em quando, diverte e faz nosso regionalismo interagir com esta tradição, que tem origem nas bandas alemãs.
Resultado do entrevero: em quatro horas, 6,1 quilômetros percorridos ao redor do salão, o equivalente a 9,7 mil passos ao redor da pista, entre vaneras e marchinhas. Segundo o smartwatch, 425 calorias queimadas. Como diria o mestre Gildinho, "quem dança e se movimenta, vive muito mais do que 90".
Podem me julgar.
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